segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

GELADEIRA

Há tempos pensei em realizar alguma intervenção urbana que pudesse interagir (fisicamente) com o transeunte. Daí surgiu a GELADEIRA.
Em breve pretendo realizá-la. Abaixo um breve descritivo.





GELADEIRA - INSTALAÇÃO
Uma geladeira usada, com ímãs fixados na porta que vendem pistoleiros de aluguel, sexo corriqueiro, dinheiro fácil. Ofertas absurdas para um ímã de geladeira, misturadas com ofertas comuns: fast food, cooperativas de táxi, drogarias etc. Transpor essas ofertas inesperadas para a porta de uma geladeira banaliza o que parece absurdo, mas que é real, existe. A mistura com propagandas comuns a esse tipo de "veículo" questiona um mundo fictício. Até onde essa obra de ficção é distante do nosso dia-a-dia? Questiona os valores da existência no espaço e no tempo, trazendo um futuro presente nos dias de hoje. Com esse embate do improvável que está pronto para existir, se estabelece uma dúvida com relação aos valores da existência.
A geladeira está trancada. Fechada com um cadeado. E não existe uma chave que possa desvendar o que existe dentro, existem centenas de chaves no chão (idéia do projeto original que, indo pra rua, deve subir para as paredes), gerando um contra-ponto entre vida (sobrevivência) e morte. A geladeira, utilizada como veículo para essa argumentação representa a subsistência. A partir disso a sensação de impotência é questionada. A comida, símbolo mais cru da continuidade da vida, não está acessível. Centenas de chaves no chão representam as inúmeras possibilidades de erro. Uma delas abre o cadeado.



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