terça-feira, 30 de dezembro de 2008
2009
No dia 27 de novembro de 1985, quando o cometa Halley cruzou o céu timidamente, após grande expectativa – falava-se que o cometa seria visto com o tamanho de 20 luas cheias - eu tinha exatos 12 anos de idade. Me lembro que a exatidão dos anos fizeram com que todos viajassem para o ano 2000. Projetávamos a idade para o novo século. No meu caso, o número era 26, já que sou de julho. Pensei o que poderia mudar. Como estaria. Certezas de um futuro incerto.
Hoje, véspera de 2009 – um número nunca antes pensado e projetado por aquela mente quase infantil – abro o jornal e vejo que pouca coisa mudou de verdade. Além das rugas e do fôlego escasso, a mesma exatidão matemática que rege o calendário cristão nos faz andar em círculos miúdos. Onde estão as naves? Cadê a mochila voadora que nos levaria de lá pra cá em segundos, a máquina de teletransporte, as moradias inteligentes, os robôs submissos, a paz pós-guerra fria?
Ainda somos infantis, depositamos no tempo nossas próprias angústias, buscamos na matemática simples o resultado de uma vida que se apresenta muito mais complexa com o passar dos anos. Números sobrepostos. Datas regidas pela mesma lua que, anos atrás, foi usada como escala para uma luz que cruzaria o céu.
Somos românticos. O tempo, piada.
Felicidades em 2009!
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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
DOMINGO SEM PARQUE
Meia-noite. Azia em pleno vapor queimando as paredes do estômago. Lembranças das caipirinhas com cerveja quente das horas anteriores. Não estava fervendo, mas não dava pra chamar de gelada aquela Antarctica resfriada. Coisas da cultura brasileira, do sol que banha a linha do Equador, mesmo quando estamos mais pro sul do continente periférico. Computador desligado, listas e mais listas de afazeres perecíveis… Todos em estado de putrefação. O sono, a espinha que urge revelando a idade dos ossos, a preguiça e a falta de opções razoáveis na televisão sepultam a noite. Paro e penso: onde estão os movimentos? Cadê o papo-furado que não naufraga nunca? O que é ficção e o que é realidade após as 24 horas de um domingo quente, mesmo sem sol.
A procura da adrenalina de meia-idade, vago pelas folhas em branco, por mais uma loira frígida, por programas sobre o dragão de Komodo. Sintomas de um carimbo em relevo, 3D de tão forte, pulsante: bem-vindo a mais um dia matemático. Um dia que cumpre bem sua função no calendário, que justifica astrólogos e numerólogos, que reiventa zoológicos, cinemas (não filmes), teatros (não importa o espetáculo), pizzas! Não existe clichê maior que esse, meter o pau no domingão! Mas não fujo da regra, apesar das tentativas de subverter a ordem dos planetas.
Mais jovem, negava domingos e segundas. Melhorei?
Vida longa aos dragões.
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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
TRAMA URBANA
O FUSO COLETIVO, coletivo de arte formado por mim + Kjá + convidados, deu início a mais uma ação. Depois do Prêmio Interferências Urbanas 2008, vamos ligar os pontos. A proposta, com o título de Tramas Urbanas, é uma mistura de grafite, ícones e/ou signos, neocrocretivismo e o que vier à tona.
O convidado da primeira rodada foi o Fabio Birita.
O local: Centro do Rio, mais precisamente nas imediações da Cinelândia.
Confira mais no blog do FUSO COLETIVO: www.fusocoletivo.tk
O convidado da primeira rodada foi o Fabio Birita.
O local: Centro do Rio, mais precisamente nas imediações da Cinelândia.
Confira mais no blog do FUSO COLETIVO: www.fusocoletivo.tk
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
LANÇAMENTO ZUPI #11
terça-feira, 4 de novembro de 2008
MALABARES POR INTEIRO
Chegou ao fim a incursão do FUSO COLETIVO no mundo do circo. Do dia 24 de outubro ao dia 02 de novembro, nosso fiel malabarista - o ator Elvis Marlon - distribuiu R$ 1.000,00 na sinal da Rua 2 de Dezembro com a Rua do Catete, das 17h30 as 20h30. A performance MALABARES, uma das 10 vencedoras do Prêmio Interferências Urbanas 2008, surpreendeu não só os motoristas que receberam a estranha doação, como também a nós. Durante esses 10 dias de ação, vimos muitas reações diante o "pagamento" pelo erro. Nosso desastrado malabaristo vestiu o personagem e convenceu.
O FUSO COLETIVO é um grupo de 2 (eu + 'Kjá) que está aberto a novas idéias e participações.
O Prêmio Interferências Urbanas 2008 teve patrocínio da Oi e do Governo do Estado do Rio de Janeiro, apoio do IPHAN e do Oi Futuro e produção da Tisara.
Em breve, muito breve, estaremos de volta. Mais informações sobre essa ação e sobre o FUSO COLETIVO no blog: http://www.fusocoletivo.tk/
Confira abaixo algumas fotos da ação:
O ERRO...
A DESCULPA...
A TARDE, A NOITE...
QUASE ICÓGNITO...
DEPRIMIDO...
DE VOLTA AO TRABALHO...
ALIMENTANDO AS TEORIAS DE WARHOL.
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O FUSO COLETIVO é um grupo de 2 (eu + 'Kjá) que está aberto a novas idéias e participações.
O Prêmio Interferências Urbanas 2008 teve patrocínio da Oi e do Governo do Estado do Rio de Janeiro, apoio do IPHAN e do Oi Futuro e produção da Tisara.
Em breve, muito breve, estaremos de volta. Mais informações sobre essa ação e sobre o FUSO COLETIVO no blog: http://www.fusocoletivo.tk/
Confira abaixo algumas fotos da ação:
O ERRO...
A DESCULPA...
A TARDE, A NOITE...
QUASE ICÓGNITO...
DEPRIMIDO...
DE VOLTA AO TRABALHO...
ALIMENTANDO AS TEORIAS DE WARHOL.
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terça-feira, 28 de outubro de 2008
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
NESSA SEXTA, DIA 24 DE OUTUBRO
Começa nessa sexta-feira, dia 24 de outubro, a intervenção urbana MALABARES.
Durante 10 dias (até o dia 02 de novembro), das 17h30 as 20h30, um suposto malabarista de sinal vai marcar presença na Rua do Catete com a Rua 2 de Dezembro. Quem passar por lá de carro, poderá ser abordado pelo malabarista - e participar da intervenção.
O projeto MALABARES foi um dos vencedores do Prêmio Interferências Urbanas 2008. O prêmio, patrocinado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e pela Oi, tem produção e curadoria da TISARA.
FUSO COLETIVO = Luciano Cian + Artur 'Kjá
Mais informações:
http://www.fusocoletivo.tk
http://www.interferenciasurbanas.com.br
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
PRÊMIO INTERFERÊNCIAS URBANAS 2008
Grande começo!
O FUSO COLETIVO - coletivo de arte criado por mim e pelo meu amigo samba-punk Artur Kjá - deu o start em grande estilo. Dentre os 236 inscritos, o projeto MALABARES, primeira incursão do FUSO COLETIVO, foi um dos 10 projetos selecionados. O Prêmio Interferências Urbanas 2008 é um iniciativa da Tisara Produções e conta com o apoio do IPHAN e patrocínios do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Oi.
Vamos documentar as ações desse projeto (e outras obras do FUSO COLETIVO) no site http://www.fusocoletivo.tk
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
EXPO NO FESTIVAL ABOUT US
Dois meses após o lançamento do Brasilidade Ilustrada, mostra de ilustração que participei, será realizada uma nova ação da exposição. A Zupi, curadora da expo, está presente do Festival About Us, um evento focado em sustentabilidade, que ocorrerá na Chácara do Jockey, em São Paulo, para o público de 40 mil pessoas, com os shows de Ben Harper, Dave Mathews Band, Vanessa da Mata, Seu Jore e NX Zero. Domingo, das 12:00h às 22:00h. Além da ilustração, estarei presente nos telões com duas vinhetas feitas pra ZUPI.
Mais informações:
http://www.aboutusfestival.com.br
Link da minha ilustra no Brasilidade Ilustrada:
http://www.behance.net/Gallery/Brasilidade-Ilustrada/116344
Link das vinhetas ZUPI:
http://www.behance.net/Gallery/Videos-ZUPI/116746
Mais informações:
http://www.aboutusfestival.com.br
Link da minha ilustra no Brasilidade Ilustrada:
http://www.behance.net/Gallery/Brasilidade-Ilustrada/116344
Link das vinhetas ZUPI:
http://www.behance.net/Gallery/Videos-ZUPI/116746
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
PADARIA DO SEU MANEL
Anos atrás, mais precisamente em 22 de outubro de 2001, publiquei um texto sobre o mercantilismo arcaico que nós, designers, praticamos. A velha dúvida sobre o valor a ser cobrado por um trabalho em contra-ponto a também velha choradeira dos clientes "duros". Bom, de lá pra cá pouca coisa mudou. Por isso publico novamente, sem mudar uma vírgula.
PADARIA DO SEU MANEL
- Alô...
- Designers Associados Silva. Bom dia!
- O Silva, por favor...
- Quem gostaria?
- Seu Manel...
- Um momento...
- Pois não.
- Sr. Silva? Aqui é o Seu Manel da padaria. Tudo bem?
- Tudo bem. Em que posso ajudá-lo?
- Sabe o que é, to ampliando meu negócio e gostaria de mudar a marca da minha padaria. Quanto custa?
- Bem, como assim...
- Queria saber quanto sai para fazer uma marca pro meu negócio...
- Seu Manel, os custos podem variar de acordo com uma série de fatores: tamanho, faturamento, classificação do negócio, exposições da marca, possíveis aplicações etc...
- Tudo bem, mas quanto custa?
- Como te falei, o ideal seria marcar uma reunião. O senhor me apresenta as "questões" da marca e "desenhamos" um "briefing".
- Ih! Com esse tal de briefing é mais caro?
- Não meu senhor, trata-se apenas de uma coleta de dados para que eu saiba como conduzir melhor o trabalho.
- Mas é muito simples: Padaria do Seu Manel... E acabou...
- Tudo bem, mas é necessário que uma pesquisa de mercado seja efetuada. Preciso conhecer seu negócio.
- O senhor nunca foi a uma padaria?
- Claro que fui... Obviamente!
- Então é isso! É tudo igual: pão, leite, bolo, frango assado... Essas coisas de sempre.
- Ok. Mas insisto que nos encontremos para levantar algumas questões e fechar o negócio...
- Seu Silva, não me leve a mal, mas acho que o senhor não entendeu. Eu tô te ligando para saber quanto custa...
- Bom, então o senhor quer mais objetividade?
- Isso mesmo!
- Segundo a Tabela do Sindicato dos Designers da Região Central da Planície de Montes Verdes uma marca - incluindo layout, arte-final e manual da marca custa, exatamente, cinco mil novecentos e sessenta e oito reais e setenta e três centavos...
- O que... Tá maluco?!!!
- Como assim...
- Tá achando que eu sou português?
- Não senhor... Quero dizer, sim Seu Manel. Esse é o preço praticado pelo mercado.
- Mas o meu negócio é padaria... Você sabe quanto custa um pãozinho? Teria que vender milhões de pães pra pagar essa marca... Tá muito alto!
- Mas foi exatamente por isso que eu queria marcar uma reunião com o senhor...
- Com a reunião o preço abaixa?
- Vamos conversar...
- Então tá... Que horas?
- Que tal às 10:30h nesta quarta?
- 10:30h? Muito tarde!
- Mas é meu primeiro horário de trabalho.
- Tá brincando! Eu acordo todo dia as 4:30h da manhã para trabalhar, dia após dia, incluindo sábado e domingo, e o senhor, que chega ao trabalho às 10:30h quer me cobrar cinco mil novecentos e sessenta e oito reais e setenta e três centavos por uma marca?!!!
- Tudo bem, então podemos marcar pro fim do dia: 21:00h tá OK?
- Que isso... Há essa hora eu já to indo pra cama. Eu não posso acordar tarde como você não... Tenho que trabalhar!
- Então é o seguinte Seu Manel: nada de reunião, entrevistas, briefing... Na segunda que vem te apresento uns layouts e tudo bem...
- Mas... Quanto custa?
- Tudo bem, tudo bem... Seu negócio é pequeno. Vou tirar o manual da marca e fazer um grande desconto para viabilizar o negócio: R$ 2.188,47
- R$ 2.000,00 pra arredondar?...
- Tudo bem... Tudo bem...
- Segunda que vem?
- Sim senhor, na próxima segunda um rapaz irá deixar os layouts para sua aprovação.
- Fechado...
- Fechado!
- O senhor poderia me passar o endereço para a entrega?
- Só um momento, vou transferir para minha secretária...
ESPERA: "Com 73 lojas espalhadas pelo estado, e mais sete no exterior, a Padaria do Seu Manel é a única que possui uma ampla estrutura de
entregas e serviços. Para sua comodidade acesse: www.padariadoseumanel.com e faça suas compras sem sair de casa. Na Padaria do Seu Manel você encontra mais de 15.000 diferentes produtos! Nesse mês não perca nossa promoção: a cada R$ 50,00 em compras você ganha uma cartela para concorrer a 30 casas, isso mesmo, são 30 casas no valor de R$ 80.000,00 cada uma! É uma casa por dia! O resultado da Promoção Casa Própria do Seu Manel será divulgado nos intervalos do Jornal Nacional. Participe!" "Padaria do Seu Manel, onde quem ganha é você!"
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PADARIA DO SEU MANEL
- Alô...
- Designers Associados Silva. Bom dia!
- O Silva, por favor...
- Quem gostaria?
- Seu Manel...
- Um momento...
- Pois não.
- Sr. Silva? Aqui é o Seu Manel da padaria. Tudo bem?
- Tudo bem. Em que posso ajudá-lo?
- Sabe o que é, to ampliando meu negócio e gostaria de mudar a marca da minha padaria. Quanto custa?
- Bem, como assim...
- Queria saber quanto sai para fazer uma marca pro meu negócio...
- Seu Manel, os custos podem variar de acordo com uma série de fatores: tamanho, faturamento, classificação do negócio, exposições da marca, possíveis aplicações etc...
- Tudo bem, mas quanto custa?
- Como te falei, o ideal seria marcar uma reunião. O senhor me apresenta as "questões" da marca e "desenhamos" um "briefing".
- Ih! Com esse tal de briefing é mais caro?
- Não meu senhor, trata-se apenas de uma coleta de dados para que eu saiba como conduzir melhor o trabalho.
- Mas é muito simples: Padaria do Seu Manel... E acabou...
- Tudo bem, mas é necessário que uma pesquisa de mercado seja efetuada. Preciso conhecer seu negócio.
- O senhor nunca foi a uma padaria?
- Claro que fui... Obviamente!
- Então é isso! É tudo igual: pão, leite, bolo, frango assado... Essas coisas de sempre.
- Ok. Mas insisto que nos encontremos para levantar algumas questões e fechar o negócio...
- Seu Silva, não me leve a mal, mas acho que o senhor não entendeu. Eu tô te ligando para saber quanto custa...
- Bom, então o senhor quer mais objetividade?
- Isso mesmo!
- Segundo a Tabela do Sindicato dos Designers da Região Central da Planície de Montes Verdes uma marca - incluindo layout, arte-final e manual da marca custa, exatamente, cinco mil novecentos e sessenta e oito reais e setenta e três centavos...
- O que... Tá maluco?!!!
- Como assim...
- Tá achando que eu sou português?
- Não senhor... Quero dizer, sim Seu Manel. Esse é o preço praticado pelo mercado.
- Mas o meu negócio é padaria... Você sabe quanto custa um pãozinho? Teria que vender milhões de pães pra pagar essa marca... Tá muito alto!
- Mas foi exatamente por isso que eu queria marcar uma reunião com o senhor...
- Com a reunião o preço abaixa?
- Vamos conversar...
- Então tá... Que horas?
- Que tal às 10:30h nesta quarta?
- 10:30h? Muito tarde!
- Mas é meu primeiro horário de trabalho.
- Tá brincando! Eu acordo todo dia as 4:30h da manhã para trabalhar, dia após dia, incluindo sábado e domingo, e o senhor, que chega ao trabalho às 10:30h quer me cobrar cinco mil novecentos e sessenta e oito reais e setenta e três centavos por uma marca?!!!
- Tudo bem, então podemos marcar pro fim do dia: 21:00h tá OK?
- Que isso... Há essa hora eu já to indo pra cama. Eu não posso acordar tarde como você não... Tenho que trabalhar!
- Então é o seguinte Seu Manel: nada de reunião, entrevistas, briefing... Na segunda que vem te apresento uns layouts e tudo bem...
- Mas... Quanto custa?
- Tudo bem, tudo bem... Seu negócio é pequeno. Vou tirar o manual da marca e fazer um grande desconto para viabilizar o negócio: R$ 2.188,47
- R$ 2.000,00 pra arredondar?...
- Tudo bem... Tudo bem...
- Segunda que vem?
- Sim senhor, na próxima segunda um rapaz irá deixar os layouts para sua aprovação.
- Fechado...
- Fechado!
- O senhor poderia me passar o endereço para a entrega?
- Só um momento, vou transferir para minha secretária...
ESPERA: "Com 73 lojas espalhadas pelo estado, e mais sete no exterior, a Padaria do Seu Manel é a única que possui uma ampla estrutura de
entregas e serviços. Para sua comodidade acesse: www.padariadoseumanel.com e faça suas compras sem sair de casa. Na Padaria do Seu Manel você encontra mais de 15.000 diferentes produtos! Nesse mês não perca nossa promoção: a cada R$ 50,00 em compras você ganha uma cartela para concorrer a 30 casas, isso mesmo, são 30 casas no valor de R$ 80.000,00 cada uma! É uma casa por dia! O resultado da Promoção Casa Própria do Seu Manel será divulgado nos intervalos do Jornal Nacional. Participe!" "Padaria do Seu Manel, onde quem ganha é você!"
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quinta-feira, 28 de agosto de 2008
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
LOG OFF
Hoje, quando acionei o demorado log off do Windows, não sabia pra onde ir. Deixei a cadeira azul arroxeada do trabalho – sim, minha cadeira tem uma cor indefinida, e o pior, fui eu que escolhi – e bati a porta da agência sem destino certo. Objetivo? Moer ainda mais minha coluna em busca de alguma coisa, alguma referência visual, alguma boa história pra contar. Me dei mal.
Primeira parada: caixa eletrônico, precisava rechear a carteira, nem que fosse de miúdos. Ao sair do banco procurei alguma notícia fresca para o meu diário da noite. Sei lá, uma briga de namorados, uma colisão no tráfego, um louco declamando poesias apocalípticas, uma mísera estrela cadente. Nada. Dei uma alô pra minha sombra, que viajava ao meu lado sobre as pedras portuguesas. Apertei o passo e segui para um endereço mais promissor, um shopping center.
Na entrada, quando a porta automática me deu as boas-vindas, percebi que o shopping estava devagar. Nesse caso, devagar quer dizer muitas coisas. As lojas estavam lá, estampando seus objetos de consumo reluzentes. O vai e vem das pessoas também. Mas nada me chamou a atenção. Ali não tinha assunto. Quando estamos andando sem rumo o estômago cobra pedágio. Não deu outra, Trio Big Bob gordurento com catchup, mostarda e molho de sei lá o que escorrendo entre os dedos. Entre um descuido e outra da minha fome voraz os olhos percorriam cada mesa da praça de alimentação. Nada. Crianças, velhos, office boys, meninas de uniforme da rede pública, vendedores, bancários... Todas na mesma função: mastigar. Estava entrosado.
Terminei minha ceia nada santa e parti para as escadas rolantes. Uma livraria, que bom! Não que eu seja um devorador de livros, mas livrarias oferecem milhões de informações visuais. Capas e mais capas, seções a perder de vista. Comecei pela arte, que me interessa, mas deixei o ofício de lado, lembrei do pacto com o demorado log off do Windows. Passei por revistas, pela seção religiosa, pelos infinitos livros de Direito até parar na mais apoteótica de todas as seções: auto-ajuda. Livros de auto-ajuda me intrigam tanto que nunca fui capaz de ler um sequer. Confesso que tenho um certo medo de acabar um livro desses e, imediatamente, mudar de vida, de personalidade. Sei lá, os livros me lembram catequeses. Enfim, sempre sinto um cheiro de perigo no ar quando empunho algum desses. Mas, cá entre nós, temos que tirar o chapéu para certos títulos. “Quem mexeu no meu queijo”, por exemplo, é um nome digno de nota dez no quesito originalidade. Esse título me lembra os divertidos desfiles a fantasia do Hotel Glória. Carnavalesco que é carnavalesco se veste de “Ascenção e Queda da Civilização Inca” pra cima. Não faz sentido usar a simplicidade no meio de tantos swarovski e penas de faisão.
Deixei a livraria e segui viagem pelas escadas. Nada aconteceu. Não se fazem mais shoppings como antigamente. Onde estão os elevadores panorâmicos? Ultrapassei óticas, papelarias e uma loja especializada em manequins diferenciados (loja de gordo mesmo) e caí na rua novamente. Entre um passo e outro percebi que estava sendo seguido. Me virei repentinamente e desvendei, ao fazer o movimento, que o suspeito em potencial era minha própria sombra. Paranóia de cidade grande brincando com o auto-controle de quem sai na rua sem endereço certo. Pensei em sentar num bar, mas não gosto de beber sozinho na rua, parece coisa de psicótico, de desajustado social. Imbuído de sentimentos e valores que a própria cidade me impõe, optei pelo ponto de ônibus. Cinco, dez, quinze minutos até que o barulhento e desengonçado meio de transporte coletivo chegasse. Era minha última locação, meu último cenário, a última esperança. Aqueles poucos quilômetros poderiam me dar uma história interessante. Nada. Sem boa noite do trocador, sem uma conversa escatológica no banco de trás. Desci no ponto de costume e dei a noite como perdida.
A essa altura, meu corpo implorava por um banho quente. Coloquei um cd de jazz no aparelho de dvd (hoje as coisas são multi-uso, espero ansioso o dia que a geladeira vai me trazer uma cerveja gelada e uma porção de salaminho, só com a força do meu pensamento) e cacei um bloco de notas. A partir daí, você é testemunha.
Enfim, o nada faz parte do dia-a-dia. Ele rouba o tempo, sequestra as expectativas e sepulta minhas garrafas de uísque. Já está mais que na hora de fazer uma viagem internacional para reabastecer o bar com as promoções do Free Shop.
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Primeira parada: caixa eletrônico, precisava rechear a carteira, nem que fosse de miúdos. Ao sair do banco procurei alguma notícia fresca para o meu diário da noite. Sei lá, uma briga de namorados, uma colisão no tráfego, um louco declamando poesias apocalípticas, uma mísera estrela cadente. Nada. Dei uma alô pra minha sombra, que viajava ao meu lado sobre as pedras portuguesas. Apertei o passo e segui para um endereço mais promissor, um shopping center.
Na entrada, quando a porta automática me deu as boas-vindas, percebi que o shopping estava devagar. Nesse caso, devagar quer dizer muitas coisas. As lojas estavam lá, estampando seus objetos de consumo reluzentes. O vai e vem das pessoas também. Mas nada me chamou a atenção. Ali não tinha assunto. Quando estamos andando sem rumo o estômago cobra pedágio. Não deu outra, Trio Big Bob gordurento com catchup, mostarda e molho de sei lá o que escorrendo entre os dedos. Entre um descuido e outra da minha fome voraz os olhos percorriam cada mesa da praça de alimentação. Nada. Crianças, velhos, office boys, meninas de uniforme da rede pública, vendedores, bancários... Todas na mesma função: mastigar. Estava entrosado.
Terminei minha ceia nada santa e parti para as escadas rolantes. Uma livraria, que bom! Não que eu seja um devorador de livros, mas livrarias oferecem milhões de informações visuais. Capas e mais capas, seções a perder de vista. Comecei pela arte, que me interessa, mas deixei o ofício de lado, lembrei do pacto com o demorado log off do Windows. Passei por revistas, pela seção religiosa, pelos infinitos livros de Direito até parar na mais apoteótica de todas as seções: auto-ajuda. Livros de auto-ajuda me intrigam tanto que nunca fui capaz de ler um sequer. Confesso que tenho um certo medo de acabar um livro desses e, imediatamente, mudar de vida, de personalidade. Sei lá, os livros me lembram catequeses. Enfim, sempre sinto um cheiro de perigo no ar quando empunho algum desses. Mas, cá entre nós, temos que tirar o chapéu para certos títulos. “Quem mexeu no meu queijo”, por exemplo, é um nome digno de nota dez no quesito originalidade. Esse título me lembra os divertidos desfiles a fantasia do Hotel Glória. Carnavalesco que é carnavalesco se veste de “Ascenção e Queda da Civilização Inca” pra cima. Não faz sentido usar a simplicidade no meio de tantos swarovski e penas de faisão.
Deixei a livraria e segui viagem pelas escadas. Nada aconteceu. Não se fazem mais shoppings como antigamente. Onde estão os elevadores panorâmicos? Ultrapassei óticas, papelarias e uma loja especializada em manequins diferenciados (loja de gordo mesmo) e caí na rua novamente. Entre um passo e outro percebi que estava sendo seguido. Me virei repentinamente e desvendei, ao fazer o movimento, que o suspeito em potencial era minha própria sombra. Paranóia de cidade grande brincando com o auto-controle de quem sai na rua sem endereço certo. Pensei em sentar num bar, mas não gosto de beber sozinho na rua, parece coisa de psicótico, de desajustado social. Imbuído de sentimentos e valores que a própria cidade me impõe, optei pelo ponto de ônibus. Cinco, dez, quinze minutos até que o barulhento e desengonçado meio de transporte coletivo chegasse. Era minha última locação, meu último cenário, a última esperança. Aqueles poucos quilômetros poderiam me dar uma história interessante. Nada. Sem boa noite do trocador, sem uma conversa escatológica no banco de trás. Desci no ponto de costume e dei a noite como perdida.
A essa altura, meu corpo implorava por um banho quente. Coloquei um cd de jazz no aparelho de dvd (hoje as coisas são multi-uso, espero ansioso o dia que a geladeira vai me trazer uma cerveja gelada e uma porção de salaminho, só com a força do meu pensamento) e cacei um bloco de notas. A partir daí, você é testemunha.
Enfim, o nada faz parte do dia-a-dia. Ele rouba o tempo, sequestra as expectativas e sepulta minhas garrafas de uísque. Já está mais que na hora de fazer uma viagem internacional para reabastecer o bar com as promoções do Free Shop.
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segunda-feira, 28 de julho de 2008
BRASILIDADE ILUSTRADA
De 01 a 22 de agosto estarei (representado por um desenho gigante) na exposição Brasilidade Ilustrada. Promovida pelo Istituto Europeo di Design, a mostra tem foco nos traços da ilustração brasileira. A exposição rola de segunda a sexta, das 9 as 20 horas no IED de Sampa.
Abaixo o flyer/convite.
Para quem estiver em São Paulo, ou der uma passada pela terra da garoa, dos manos, das minas... Pow.
segunda-feira, 21 de julho de 2008
quarta-feira, 16 de julho de 2008
CLARABÓIAS
Admiro olhares caninos, cheios de verdade.
Admiro o poder universal de um pictograma.
Luzes na intensidade correta.
Janelas, salas e telhados de sapê.
Admiro a força de um ângulo reto.
Geometria e geografia.
Letras e frases.
Mapas.
Admiro tênis e sapatos.
Vozes baixas, mesmo que não escute.
A cor laranja.
Palavras curtas.
Objetividade.
Admiro fotos super expostas.
Admiro o sol quando dá cor ao mar.
Crianças, por serem autênticas.
Engenheiros, tanto pelas pontes quanto pelas escadas bem planejadas, que dispensam corrimão - até para bêbados.
Admiro músicas com poder de gerar ação.
Decisões.
Ônibus com ar-condicionado.
Mulheres com elegância verbal.
Clarabóias.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
EDIFÍCO FICTÍCIO DO VAZIO
Esse vídeo-arte foi feito especialmente para o TOCAYO 11, evento multi-arte que aconteceu no Parque Lage, no dia 07 de junho. Esse vídeo foi concebido para ser exibido em widescreen vertical. Fiz uma adaptação para disponibilizar no You Tube.
Esse vídeo foi montado através de captações feitas a longa distância. Cada janela foi gravada separadamente. É uma montagem, por isso o FICTÍCIO do tema. A trilha é de Thiago Assis.
Abaixo algumas fotos do evento (as fotos não são minhas, roubei na net).
Esse vídeo foi montado através de captações feitas a longa distância. Cada janela foi gravada separadamente. É uma montagem, por isso o FICTÍCIO do tema. A trilha é de Thiago Assis.
Abaixo algumas fotos do evento (as fotos não são minhas, roubei na net).
segunda-feira, 7 de julho de 2008
ONADA ABSOLUTO
Muito tempo sem me visitar.
Foi isso, é isso e por isso que há tempos não atualizo ONADA. Talvez o título do blog seja propício a vagabundagem. Mesmo sem fazer jus ao propósito de um blog, não fujo ao tema na ausência de imagens ou palavras. Quando abri essa janela a idéia era me ater aos conceitos (ou falta deles) que dão título ao espaço. Mas não resisto em comunicar exposições e outras ladainhas corriqueiras que oxigenam os hiatos. Muitas vezes me vejo obrigado a preencher os espaços em branco, em datar os olhos e revitalizar as antigas neuroses urbanas. Isso, quando lembro dos propósitos. E hoje não foi diferente, enquanto ONADA hiberna na esquisitice do inverno, uso o espaço para divulgar alguma coisa.
Abaixo uma ilustração que fiz para uma exposição do Istituto Europeo di Design . Se não me engano, a mostra vai rolar dia 24 de julho em São Paulo e, como sugere a técnica, será baseada nas novas vertentes do desenho: Brasilidade Ilustrada... É esse o nome (acabei de achar o e-mail convite com o tema da mostra). Enfim, quando recebi o convite fiquei tentado em misturar nossos cartões-postais, queria algo 100% clichê. Pensei em fazer um desenho do Pelé com uma arara no ombro em plena Praia de Copacabana, mas desisti por conta da complexidade do tema. É claro que iria colocar uma bunda ao fundo, com um biquini verde limão contrastando com o céu azul. Mas, como não pretendo ser tão criativo, optei por um distúrbio pessoal. Espero que fique legal no papel (será impresso em A0 - 841 X 1189mm).
Em breve devo receber o flyer da exposição. Ele vai salvar o próximo post.
sexta-feira, 13 de junho de 2008
SONHO DE CONSUMO
Um sonho de consumo para o Rio de Janeiro. O centro da cidade como base para diversas linhas de metrô. Não estou falando somente de transporte público, estou falando de geometria.
SUB GEO NEO
segunda-feira, 9 de junho de 2008
ARACA - DIA 10 DE JUNHO - 00
ARACA traz a pessoa amada em 2 dias!!!
Enquanto alguns prometem a pessoa amada em 3 dias, o artista plástico Michel Mendes, garante que o evento multi-arte ARACA –Quem tem medo da Aracy?, do qual é produtor, traz em 2! Michel preparou uma edição especial do evento para o Dia dos Namorados, que acontece na próxima terça-feira, dia 10 de junho, no 00, com poetas, cupidos, consultas de tarô, e show de Rock n`Roll, além das exposições de quadros, projeções de fotos e curtas, que sempre são o carro chefe do evento.
ARACA é um encontro mensal que reúne os principais artistas contemporâneos da cidade, que utilizam o encontro para reforçar seus contatos e expor seus novos trabalhos. A cada edição cerca de 500 pessoas comparecem ao encontro regado com ótimos trabalhos, cerveja e papo cabeça .
O tema dos quadros, gravuras, esculturas, fotos, performances e curtas apresentados nesta terça-feira não poderia ser outro além de amor. E, para embalar o clima da noite, o poeta Tavinho Paes é quem apresenta a festa, com sua turma da poesia. As atrizes do Caldo Cultural, vestidas de cúpidos, formarão casais durante a noite, e a psicóloga e professora de tarô Dhyana Dhelomme dará dicas astrais jogando suas cartas para os convidados. O artista plástico Smael, pintará um quadro durante a festa, na sua nova performance chamada Cinema Cru, onde o artista pinta em cima de uma tela de projeção junto a 2 VJ's. A banda Vulgo Quinho e os Caras fará um show junto com seus colegas do Os Outros, e o ator Alair Ferreira fará esquetes de teatro durante a festa. Entre os fotógrafos selecionados para esta edição estão nomes como Cecília Luisa, Nana Vianna, Marcelo Andrade, Vanessa Hacon, Louise Calixto, Marcos Dantas, Olívia Amsler, Raphael Lucena, Beto Roma e Chris Barley. Estarão expostas telas de Bruno Big, Pedro Porto, Rick Novaes, Michel Mendes, Marcelo Lamarca, Mateu Velasco, Petite Poupèe, Tahian Bhering, Bernardo Franca, Rafael Inácio, Luciano Cian, Judite Pimentel, João Burle, Magaly Botafogo, entre outros. Os premiados curtas "Trago a Pessoa Amada em 3 Dias", do cineasta Felipe Cataldo, e "Rôtulo", de Rômulo Cyríaco, serão exibidos na noite.
A produção da festa também aproveita o evento para arrecadar cobertores e agasalhos para a Campanha do Viva Rio. Aqueles que participarem, ganharão um desconto na entrada!
http://festaaraca.blogspot.com/
http://festaaraca.blogspot.com/
quarta-feira, 4 de junho de 2008
TOCAYO - SÁBADO - DIA 07 DE JUNHO - PARQUE LAGE
Mais uma exposição-festa. Desta vez, o nobre Parque Lage recebe o Tocayo.
A 11º edição do evento, criado em 2004, vai apresentar diversos tipos de manifestações artísticas/culturais: poesia, exposições, painéis, vídeo arte, shows...
Estarei presente com um vídeo arte sobre o projeto ONADA: Edifício Fictício do Vazio. Esse vídeo traduz parte do conceito do projeto, com colagens de janelas de apartamentos. Montei um prédio fictício, com janelas captadas a distância.
Com um monitor widescreen na vertical e a trilha do meu amigo Thiago Assis, o edifício fictício ganha vida (muitas vezes pouco intensa).
A festa é sábado, mas a exposição fica até domingo.
terça-feira, 27 de maio de 2008
ZUPI IN RIO
quarta-feira, 21 de maio de 2008
PALAVRAS DE ORDEM
• PENNE A PUTANESCA
• NEM TANTO
• Q TCL?
• ARROZ ARBÓREO COM AÇAFRÃO
• BEBA MAIS ÁGUA
• LEVE 3 PAGUE 2
• LEIA SOBRE O SIGNIFICADO DOS SONHOS
• COLÉ SIMPATIA?!
• É BRASA, MORA...
• SUPER MAN, INCRÍVEL HULK E MULHER MARAVILHA
E por ai vai...
• NEM TANTO
• Q TCL?
• ARROZ ARBÓREO COM AÇAFRÃO
• BEBA MAIS ÁGUA
• LEVE 3 PAGUE 2
• LEIA SOBRE O SIGNIFICADO DOS SONHOS
• COLÉ SIMPATIA?!
• É BRASA, MORA...
• SUPER MAN, INCRÍVEL HULK E MULHER MARAVILHA
E por ai vai...
terça-feira, 29 de abril de 2008
sexta-feira, 25 de abril de 2008
ARACA
Na próxima terça, dia 29/04, vai rolar o evento multi-arte ARACA, QUEM TEM MEDO DA ARACY. Fotografias, quadros, performances, instalações, vídeo-arte e outras manifestações, a partir das 20h no 00 (Gávea).
Vou apresentar um vídeo-arte baseado na música instrumental do meu amigo que não é o Raul, mas é maluco beleza, Décio Rocha (www.deciorocha.com.br).
CLIQUE NO FLYER ABAIXO E SAIBA MAIS.
Até lá!
Vou apresentar um vídeo-arte baseado na música instrumental do meu amigo que não é o Raul, mas é maluco beleza, Décio Rocha (www.deciorocha.com.br).
CLIQUE NO FLYER ABAIXO E SAIBA MAIS.
Até lá!
quarta-feira, 16 de abril de 2008
quinta-feira, 10 de abril de 2008
sexta-feira, 4 de abril de 2008
segunda-feira, 24 de março de 2008
TEXTURAS E TRILOGIAS
Esses ensaios neoconcretos servem como ponto de partida. Ou ponto de chegada.
Embora tenha usado diversas bases, o importante é a construção de uma trilogia que serve de espinha para o ONADA. Alguma relação com as obras cinematográficas, vide Peter Jackson com O Senhor dos Anéis, Coppola, com O Poderoso Chefão, ou mesmo os irmãos Wachowski, com Matrix. Mas não se trata de cinema. Bases para chegar a um ponto comum: contar uma história em partes.
No caso do projeto ONADA, essa trilogia não é sequencial. A ordem não importa, é uma história não linear.
Em breve explicarei cada parte:
• Ensaios Neoconcretos (sobre a banalidade e o dia-a-dia): a construção em vão.
• Significados e (in)significantes: pra que serve?
• Distanásia Intermédia: do fim ao big bang, ou vice-versa.
Dessa forma (atemporal e irracional), parece não ter nexo. Mas tem. Um esforço para dividir o zero. Acredito nessa possibilidade.
Em breve explicarei cada parte:
• Ensaios Neoconcretos (sobre a banalidade e o dia-a-dia): a construção em vão.
• Significados e (in)significantes: pra que serve?
• Distanásia Intermédia: do fim ao big bang, ou vice-versa.
Dessa forma (atemporal e irracional), parece não ter nexo. Mas tem. Um esforço para dividir o zero. Acredito nessa possibilidade.
sexta-feira, 14 de março de 2008
GUARDA-SOL
quinta-feira, 13 de março de 2008
terça-feira, 4 de março de 2008
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
GELADEIRA
Há tempos pensei em realizar alguma intervenção urbana que pudesse interagir (fisicamente) com o transeunte. Daí surgiu a GELADEIRA.
Em breve pretendo realizá-la. Abaixo um breve descritivo.
GELADEIRA - INSTALAÇÃO
Uma geladeira usada, com ímãs fixados na porta que vendem pistoleiros de aluguel, sexo corriqueiro, dinheiro fácil. Ofertas absurdas para um ímã de geladeira, misturadas com ofertas comuns: fast food, cooperativas de táxi, drogarias etc. Transpor essas ofertas inesperadas para a porta de uma geladeira banaliza o que parece absurdo, mas que é real, existe. A mistura com propagandas comuns a esse tipo de "veículo" questiona um mundo fictício. Até onde essa obra de ficção é distante do nosso dia-a-dia? Questiona os valores da existência no espaço e no tempo, trazendo um futuro presente nos dias de hoje. Com esse embate do improvável que está pronto para existir, se estabelece uma dúvida com relação aos valores da existência.
A geladeira está trancada. Fechada com um cadeado. E não existe uma chave que possa desvendar o que existe dentro, existem centenas de chaves no chão (idéia do projeto original que, indo pra rua, deve subir para as paredes), gerando um contra-ponto entre vida (sobrevivência) e morte. A geladeira, utilizada como veículo para essa argumentação representa a subsistência. A partir disso a sensação de impotência é questionada. A comida, símbolo mais cru da continuidade da vida, não está acessível. Centenas de chaves no chão representam as inúmeras possibilidades de erro. Uma delas abre o cadeado.
Em breve pretendo realizá-la. Abaixo um breve descritivo.
GELADEIRA - INSTALAÇÃO
Uma geladeira usada, com ímãs fixados na porta que vendem pistoleiros de aluguel, sexo corriqueiro, dinheiro fácil. Ofertas absurdas para um ímã de geladeira, misturadas com ofertas comuns: fast food, cooperativas de táxi, drogarias etc. Transpor essas ofertas inesperadas para a porta de uma geladeira banaliza o que parece absurdo, mas que é real, existe. A mistura com propagandas comuns a esse tipo de "veículo" questiona um mundo fictício. Até onde essa obra de ficção é distante do nosso dia-a-dia? Questiona os valores da existência no espaço e no tempo, trazendo um futuro presente nos dias de hoje. Com esse embate do improvável que está pronto para existir, se estabelece uma dúvida com relação aos valores da existência.
A geladeira está trancada. Fechada com um cadeado. E não existe uma chave que possa desvendar o que existe dentro, existem centenas de chaves no chão (idéia do projeto original que, indo pra rua, deve subir para as paredes), gerando um contra-ponto entre vida (sobrevivência) e morte. A geladeira, utilizada como veículo para essa argumentação representa a subsistência. A partir disso a sensação de impotência é questionada. A comida, símbolo mais cru da continuidade da vida, não está acessível. Centenas de chaves no chão representam as inúmeras possibilidades de erro. Uma delas abre o cadeado.
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