Há pouco tempo atrás eu era o moleque da foto. O que estava lambuzado. O que sorria sem endereço. O que estava rodeado de adultos. O que tinha medo de encarar a câmera por conta da timidez. Hoje eu sou o adulto da foto ao lado.
Falar que o tempo passa rápido é default. Mas, por mais clichê que possa soar, ele passou voando. Sobrinhos vindos dos irmãos, rugas vindas dos tios, tias e pais, missas póstumas vindas dos avós. Nada é bom ou ruim, melhor ou pior. Só é difícil entender porque o tempo existe. Por que a matemática se faz presente além da sala de aula ou do cálculo da ponte. Nunca fui bom em matemática, na verdade, sempre fui péssimo. Mas nunca imaginei que um dia ela me pegaria dessa forma tão prática, tão real, tão latente.
Esse mesmo tempo matemático, que soma horas, dias, meses e anos, provavelmente não me trará nenhuma fórmula, mas almejo que me dê alguma serenidade para entender porque certas coisas acontecem.
Hoje, quando vejo uma foto nova de alguém do passado, personifico essa inabilidade com os números. Nossos ciclos são frágeis dentro da linha do tempo. Mas, nem por isso, somos frágeis. Por mais que a matemática seja um empecilho, aprendi que ela existe para admirarmos o tempo.
O nosso tempo, a cada segundo.
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